Foi lançado nesta sexta-feira, 14 de fevereiro, o Programa Bate Papo Quase Sério, com João Batista Passos, que também é editor deste blog. O programa trata sobre política e atualidades de São Raimundo das Mangabeiras e da região.
Disponibilizado no Youtube, Instagram e Facebook, com transmissão pela Rádio FM Rio Neves e TV Atual, o programa promete deixar o público por dentro dos bastidores da política, sendo, ainda, um espaço para que as lideranças políticas e o público exponham suas opiniões.
Assista ao programa
Na internet, o programa é disponibilizado às sexta-feiras, a partir das 19 horas. Na Rádio FM Rio Neves, a transmissão ocorre aos sábados, a partir das 11 da manhã. Na TV Atual, também aos sábados, a partir do meio dia.
links:
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Youtube - https://www.youtube.com/joaobatistapassos
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Contato WhatsApp - http://api.whatsapp.com/send?1=pt_BR&phone=5599981047820
Grupo WhatsApp - https://chat.whatsapp.com/KNcu1BCEf8YKEw41BK3Q7Z
FM Rio Neves - Sábado 11h - https://www.radios.com.br/aovivo/radio-rio-neves-879-fm/24799
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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020
quinta-feira, 11 de agosto de 2016
Opinião: O caminho para eleger vereadores independentes e atuantes
Primeiramente, este texto está sendo escrito no período eleitoral por ser uma época em que as pessoas se interessam mais por política. As contribuições a seguir não servem para esta eleição de 2016, mas podem ser uteis para as eleições de 2020 e posteriores. Sou defensor de que o ideal seria haver representação independente na Câmara de vereadores. No entanto, o cenário político de São Raimundo das Mangabeiras, e talvez da maioria das pequenas cidades, aponta para a impossibilidade disso ocorrer, uma vez que todos os candidatos a vereador fazem campanha para o candidato a prefeito do seu grupo político.
A disputa entre os grupos que disputam o cargo de prefeito faz com que o eleitor escolha o seu candidato a vereador a partir do candidato a prefeito. Primeiro, escolhe-se o candidato a prefeito, algo que a maioria já fez, e depois escolhe-se um candidato a vereador aliado do candidato a prefeito. Se não for assim, corre-se o risco do trabalho do prefeito eleito ficar engessado, caso este não consiga a maioria na câmara, pois não existem vereadores independentes, uma vez que cada um defende os interesses do seu grupo político.
Uma saída para a dualidade reinante seria alguém se dispor a criar um grupo político, ou partido, tendo por finalidade especifica disputar as eleições para a câmara municipal. Sou adepto de que esse grupo seja independente e não se alie a nenhum candidato a prefeito, deixando inclusive os candidatos a vereador livres para votarem em quem achassem melhor (algo impensável na atualidade). No caso de São Raimundo das Mangabeiras, se este grupo for formado por apenas um partido, este poderá lançar até 17 candidatos a vereador. Se o grupo for formado por mais de um partido poderá lançar até 22 candidatos através de uma coligação. A média de votos, por candidato, para que esse grupo eleja um vereador, tomando por base 14 mil eleitores, teria que ser de 75 votos, caso fossem 17 candidatos; e 58 votos, em média, caso fossem 22 candidatos.
Uma das dificuldades para esse cenário fictício se tornar realidade é a submissão existente entre os que querem disputar uma vaga na câmara e aqueles que querem disputar o cargo de prefeito. Para surgir um grupo como o proposto, seria preciso a aliança entre pessoas que não têm apego por nenhum candidato a prefeito e que estejam dispostos a unir forças em prol do projeto focado na Câmara municipal, que teoricamente é o poder mais importante, pois tem a responsabilidade de aprovar leis e fiscalizar a atuação do executivo.
Na atualidade, os vereadores aprovam o que o executivo quer e não fiscalizam de fato as ações. O que prevalece é o revanchismo entre os grupos políticos, cada um puxando brasa para a sua sardinha. Caso o prefeito não tenha maioria a coisa complica ainda mais, pois a oposição cega impede alguns avanços que seriam importantes.
O problema da submissão do poder legislativo ao executivo é algo que ocorre em todas as esferas: nas prefeituras, nos governos estaduais e no governo federal. Para piorar, nenhum partido político prima pela independência entre os poderes, o que torna essa missão ainda mais complicada, pois tem a ver com mudança de concepção política.
Outro problema que dificulta a existência de um grupo focado em eleger vereadores independentes é o fato de muitas pessoas independentes financeiramente não se importarem com política. Observo isso em muitos servidores públicos concursados e empresários. A maioria acaba se atrelando a uma liderança que quer disputar um cargo no executivo, que acaba influenciando o voto nos candidatos ao legislativo. As pessoas menos favorecidas financeiramente não têm condições de conduzirem um projeto de independência no legislativo, pois vivem devendo favores às lideranças políticas já estabelecidas, um resquício do clientelismo que ainda se mantem muito vivo. Muitos, inclusive, dependem dos “patrões” para sobreviverem.
Confesso que sou pessimista quanto à possibilidade de existir um grupo político independente, que vise eleger vereadores independentes e mais atuantes, como o proposto. O dia a dia político aponta para a permanência do que já é habitual. Geralmente, nas pequenas cidades, existem dois grupos políticos que se digladiam e se alternam no poder de tempos em tempos.
O caminho rumo à excelência nas gestões públicas é longo e passa pela mudança de postura dos indivíduos/eleitores. Passa pela conscientização/sensibilização do cidadão sobre as atribuições dos cargos públicos, sobre a importância de não existir compra de votos, clientelismo e paternalismo, mecanismos que tiram a liberdade do indivíduo, mantendo-o submisso. Até lá, continuaremos polarizados, inseguros quanto à capacidade de responsabilidade dos nossos adversários políticos, o que torna o jogo político bastante áspero.
segunda-feira, 18 de abril de 2016
Terra adorada, São Raimundo das Mangabeiras: mostre sua força!
Por Murilo Carvalho*
Não existe momento mais oportuno para reflexão e convite ao diálogo.
Nossa Nação sangra e nossas unidades federativas têm um papel de grande importância: cada estado e município precisa recordar e despertar a força do nosso Brasil.
Temos uma democracia ainda jovem, e como tal, as vezes tem se comportado como criança que precisa parar de chorar e brigar: a última eleição presidencial foi um exemplo das crises de birra democrática.
Atualmente, passamos por uma crise sem precedentes, o que naturalmente nos leva a defender nossas ideias de uma maneira mais ríspida.
Porém, cabe lembrar que discordar de uma ideia e discuti-lá é democracia; brigar e intimidar é confundir eleição com guerra.
Portanto, desejo a você, eleitor e candidato, uma profunda reflexão e participação em todos os momentos da nossa democracia. Discutem, somem ideias, partilhem conhecimento.
Mangabeiras, terra adorada e amada. De um povo acolhedor e forte, mostre sua força, e aproveite esse momento para ser destaque e exemplo de mudança e construção de pontes para um País sedento de diálogo.
* Cientista Político
Brasiliense de sangue, mangabeirense de coração
Não existe momento mais oportuno para reflexão e convite ao diálogo.
Nossa Nação sangra e nossas unidades federativas têm um papel de grande importância: cada estado e município precisa recordar e despertar a força do nosso Brasil.
Temos uma democracia ainda jovem, e como tal, as vezes tem se comportado como criança que precisa parar de chorar e brigar: a última eleição presidencial foi um exemplo das crises de birra democrática.
Atualmente, passamos por uma crise sem precedentes, o que naturalmente nos leva a defender nossas ideias de uma maneira mais ríspida.
Porém, cabe lembrar que discordar de uma ideia e discuti-lá é democracia; brigar e intimidar é confundir eleição com guerra.
Portanto, desejo a você, eleitor e candidato, uma profunda reflexão e participação em todos os momentos da nossa democracia. Discutem, somem ideias, partilhem conhecimento.
Mangabeiras, terra adorada e amada. De um povo acolhedor e forte, mostre sua força, e aproveite esse momento para ser destaque e exemplo de mudança e construção de pontes para um País sedento de diálogo.
* Cientista Político
Brasiliense de sangue, mangabeirense de coração
domingo, 3 de abril de 2016
Lusia Passarinho, Simplicidade de um nome, grandeza de um ser!
Por Teresinha Brito
Nesta sexta feira, dia 01 de abril de 2016, a Unidade Integrada Dom João Bosco e toda a equipe Docente e Discente apresentaram, como culminância de seu Projeto de Poesia, um Sarau Poético, intitulado “LUSIA PASSARINHO, VERSOS E CANÇÕES”.

Uma de suas principais composições, e aquela que a imortalizará em nossa lembrança e coração, está O HINO DO NOSSO MUNICÍPIO, o qual é cantado, com emoção, em todos os eventos cívicos, religiosos e sociais.
Lusia Passarinho tem como primeira paixão a família e, depois, a Igreja católica, para a qual dedicou a maior parte dos seus rimados e bem construídos versos, que, sem preocupação com a métrica e outras técnicas que a Língua culta oferece aos compositores, escreve o que lhe vem N'alma e lhe dita o coração.
A família da escritora se fez presente, e se emocionou do início ao fim.
A emoção e a gratidão por aquela homenagem é indizível, entretanto tornou-se inesquecível, admirável, notável , e gravada, para sempre, na vida e no coração de cada um dos familiares.
Veja mais fotos na página do Blog no Facebook
Na sexta feira, dia 01 de abril de 2016, A UNIDADE INTEGRADA DOM JOÃO BOSCO e toda a equipe DOCENTE e DISCENTE...
Publicado por Memórias de Mangabeiras em Domingo, 3 de abril de 2016
sábado, 12 de março de 2016
Os alunos do IFMA têm direito ao transporte escolar gratuito pago pela prefeitura?
Observando que o debate sobre o transporte
escolar dos alunos do IFMA está girando em torno do passe livre, objetivando
que a prefeitura faça o custeio destes passes, resolvi fazer algumas pesquisas
sobre o transporte escolar. Após a pesquisa, constatei que, a meu ver,
analisando a constituição, outras leis e programas federais, os alunos da rede
federal não têm "direito" ao transporte gratuito pago pelo município.
Constatei ainda que os alunos deveriam cobrar tal benefício do governo federal,
que é o responsável pelo ensino ofertado na instituição, senão, vejamos o que
diz a Constituição Federal:
Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino.
§ 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos
Territórios, financiará as instituições de ensino públicas federais e exercerá,
em matéria educacional, função redistributiva e supletiva, de forma a garantir
equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do
ensino mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de
1996).
§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental
e na educação infantil. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de
1996)
§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no
ensino fundamental e médio.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios definirão formas de colaboração, de
modo a assegurar a universalização do ensino obrigatório. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de
2009)
§ 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao ensino
regular. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
Pelo texto constitucional, portanto, os
municípios atuarão no ensino fundamental e na educação básica (§ 2º). O
município pode conceder auxílio, mas não como um direito, pois é uma
prerrogativa do gestor municipal. No entanto, o debate não se encerra aqui,
pois é preciso analisar os programas ofertados pelo Ministério da Educação para
o transporte escolar.
Em pesquisa no site do FNDE (Ministério
da Educação), encontrei o que segue:
O Ministério da Educação executa atualmente dois programas
voltados ao transporte de estudantes: o Caminho da Escola e o Programa Nacional
de Apoio ao Transporte Escolar (Pnate), que visam atender alunos moradores da
zona rural.
O Caminho da Escola foi criado pela Resolução nº 3, de 28 de março de 2007,
e consiste na concessão, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES), de linha de crédito especial para a aquisição, pelos estados e
municípios, de ônibus, miniônibus e micro-ônibus zero quilômetro e de
embarcações novas.
Já o Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar (Pnate)
foi instituído pela Lei nº 10.880, de 9 de junho de 2004,
com o objetivo de garantir o acesso e a permanência nos estabelecimentos
escolares dos alunos do ensino fundamental público residentes em área rural que
utilizem transporte escolar, por meio de assistência financeira, em caráter
suplementar, aos estados, Distrito Federal e municípios.
Com a publicação da Medida Provisória 455/2009 –
transformada na Lei no 11.947, de 16 de junho do
mesmo ano –, o programa foi ampliado para toda a educação básica, beneficiando
também os estudantes da educação infantil e do ensino médio residentes em áreas
rurais.
O programa consiste na transferência automática de recursos
financeiros, sem necessidade de convênio ou outro instrumento congênere, para
custear despesas com reforma, seguros, licenciamento, impostos e taxas, pneus,
câmaras, serviços de mecânica em freio, suspensão, câmbio, motor, elétrica e
funilaria, recuperação de assentos, combustível e lubrificantes do veículo ou,
no que couber, da embarcação utilizada para o transporte de alunos da educação
básica pública residentes em área rural. Serve, também, para o pagamento de
serviços contratados junto a terceiros para o transporte escolar.
Os estados podem autorizar o FNDE a efetuar o repasse do valor
correspondente aos alunos da rede estadual diretamente aos respectivos
municípios. Para isso, é necessário formalizar a autorização por meio de ofício
ao órgão. Caso não o façam, terão de executar diretamente os recursos
recebidos, ficando impedidos de fazer transferências futuras aos entes
municipais.
Os valores transferidos diretamente aos estados, ao Distrito
Federal e aos municípios são feitos em nove parcelas anuais, de março a
novembro. O cálculo do montante de recursos financeiros destinados aos estados,
ao Distrito Federal e aos municípios tem como base o quantitativo de alunos da
zona rural transportados e informados no censo escolar do ano anterior.
O valor per capita/ano varia entre R$ 120,73 e R$ 172,24, de
acordo com a área rural do município, a população moradora do campo e a posição
do município na linha de pobreza.
O Programa Nacional de Apoio ao Transporte
Escolar (Pnate), visa atender o transporte de alunos entre a zona rural e a
zona urbana. Não encontrei a possibilidade de o programa conceder o beneficio
inverso, quando os alunos se deslocam da zona urbana para a zona rural, como é
o caso dos estudantes do IFMA de São Raimundo das Mangabeiras.
Ainda sobre a possibilidade do gestor
municipal, a seu critério, garantir o transporte, encontrei como exemplo a
cidade de Codó, aqui no Maranhão (Veja
matéria de 2013 aqui). Lá, a gestão municipal conseguiu aprovar a lei nº
1.560, sancionada em 2011. O município garante o transporte gratuito por seis
meses e o IFMA pelos outros seis meses. Ou seja, a prefeitura garante 50% do
transporte. Em São Raimundo das Mangabeiras, o IFMA tem o auxílio transporte,
no entanto, este não atende a todos os alunos. Portanto, a parceria entre a
prefeitura e o IFMA pode ser uma solução para a questão.
Quanto à possibilidade da prefeitura
garantir este benefício a partir de 2016, observo que existe um fato
complicador, que é a legislação eleitoral. A Lei nº 9.504/1997, art. 73, § 10,
estabelece que: “No ano em que se realizar eleição, fica proibida a
distribuição gratuita de bens, valores ou benefícios por parte da Administração
Pública, exceto nos casos de calamidade pública, de estado de emergência ou de
programas sociais autorizados em lei e já em execução orçamentária no exercício
anterior, casos em que o Ministério Público poderá promover o acompanhamento de
sua execução financeira e administrativa”. Neste caso, acredito que a
criação e execução de uma lei que garanta o auxílio transporte em 2016
infringiria a legislação eleitoral. Mas, isso não impossibilita o debate.
Conclusão
A manifestação dos alunos do IFMA em prol
do transporte escolar gratuito é legitima. Por outro lado, a prefeitura
municipal não tem obrigação legal de garantir o transporte, uma vez que a
instituição é mantida pelo governo federal, portanto, caberia a este garantir
este benefício. Embora não seja obrigação do município, o gestor municipal pode
criar uma lei que conceda o benefício aos estudantes. Porem, por ser ano
eleitoral, acredito que o gestor não poderá executar uma lei deste tipo em
2016, mas acredito que isso não impeça o debate e a aprovação da lei neste ano,
dúvida que pode ser sanada junto ao Promotor de Justiça ou ao Juiz eleitoral.
Como solução para o impasse, apresento as
seguintes sugestões:
1. Que o município negocie com a empresa a
redução da passagem, uma vez que o reajuste foi de 44%, um percentual
notadamente alto.
2. Que o IFMA garanta auxílio transporte
ao maior número possível de estudantes.
3. Propor que o executivo e o legislativo,
com a intermediação do Ministério Público, debatam a criação de uma lei que
garanta o auxilio transporte aos estudantes do IFMA, com a garantia de recursos
para o exercício de 2017.
Por fim, esta pesquisa surgiu ao observar
que faltava maior debate das questões jurídicas que envolvem o caso. O debate
de ideias deve passar pela análise da legislação vigente. Quanto a isto, os
professores do IFMA poderiam dar maior contribuição aos estudantes, propondo e
auxiliando o estudo do contrato de concessão entre a empresa de ônibus e a
prefeitura, estudo da lei que instituiu o transporte público no município,
estudo da legislação sobre transporte escolar, estudo da parte da constituição
que define as atribuições de cada ente federado e a busca de exemplos de como o
serviço é ofertado em outros lugares. O estudo das leis, certamente, ajuda a
dar maior racionalidade ao debate. Apenas gritar que temos direitos a isso e/ou
àquilo, embora a causa seja justa, não significa que verdadeiramente os temos,
como observado neste caso.
Portanto, a resposta à pergunta do título
é: Não, os alunos do IFMA não têm direito ao transporte escolar gratuito pago
pela prefeitura. No entanto, a gestão municipal deve ter sensibilidade com o
caso e garantir auxílio transporte aos alunos, uma vez que a escola federal
garante muitos outros benefícios ao município.
A atitude de coragem e ousadia dos alunos
é louvável, pois sem essa atitude este debate não estaria sendo travado, este
simplório texto também não teria sido escrito, pois o comodismo tende a nos
paralisar. É importante destacar também que as manifestações, caso aja outras,
devem presar pela ordem, pelo respeito aos bens privados e públicos e
à honra de todos.
Este texto não encerra o debate, pois a
legislação brasileira é muito ampla. Por isso, convido alunos, professores,
juristas, políticos do município e quem mais desejar a também pesquisarem e
escreverem textos sobre o tema. O blog Memórias de Mangabeiras está aberto para
publicar esses textos.
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016
Opinião: Em defesa da não realização de shows com dinheiro público; Educação deveria ser prioridade
Nesta jornada de aprendizado que é a vida, depois de ler algumas coisas (pois ler nunca é muito) e refletir bastante sobre muitas questões sociais e políticas, entendi que alguns serviços públicos podem ser destinados a todos os cidadãos e que outros não, pois dependem dos anseios culturais de grupos distintos, como os grupos religiosos, por exemplo. A partir disso foi possível concluir que muitas ações voltadas para a cultura e o esporte, por exemplo, não são para toda a sociedade, mas sim para grupos de pessoas que se interessam por essas áreas. O dinheiro público seria melhor investido se determinadas políticas públicas estivessem inseridas em outras, como a cultura e o esporte inseridas na educação. Este texto não é insuficiente para abordar tudo sobre a questão, mas é possível resumir e chegar ao objetivo, que é defender que o dinheiro público não seja aplicado em shows, algo muito comum em todo o Brasil, e que esses recursos teriam melhor retorno se fossem destinados à educação, em beneficio da cultura e do esporte.
A cultura e o esporte, no âmbito público, deveriam estar restritas aos ambientes em que é possível abranger o maior número possível de indivíduos, tendo como objetivo de longo prazo o desenvolvimento da nação. No cenário político administrativo que temos o melhor lugar para investir em cultura e esporte é no âmbito educacional. Portanto, cultura e esporte deveriam ser políticas públicas dentro da escola. Fora da escola a iniciativa privada poderia conduzir o processo. Além de aumentar e focalizar os recursos e de profissionalizar mais jovens nas diversas práticas esportivas e culturais, tal iniciativa possibilitaria o surgimento de um mercado competitivo voltado para essas áreas. Associações e empresas poderiam ser criadas para organizarem competições em diversas áreas, uma vez que já existiria um público ávido pelos esportes, que seriam os ex-alunos. Novos talentos, como músicos, cantores, compositores, atores, produtores, poetas e outros poderiam sair do ambiente escolar instigados a buscarem profissões na área cultural. Assim como no esporte, poderia ser fortalecido todo um mercado voltado para a cultura ou entretenimento.
Em três parágrafos, é possível observar que é preciso investir nas escolas e que esses investimentos, se bem planejados e bem executados, possibilitariam a ascensão de dois grandes mercados, possibilitando maiores e melhores resultados para o Brasil. Na atualidade, observa-se que os setores cultural e esportivo podem crescer muito no país. No esporte, deixamos de ser o país do futebol, pois muitos países se profissionalizaram enquanto o Brasil criou um monopólio comandado pela CBF, que é constantemente envolvida em escândalos de corrupção. Na música, o que se observa é a proliferação de musicas descartáveis, mesmo assim é um setor bastante diversificado no país. O teatro e o cinema estão restritos ao sudeste e/ou às capitais, mesmo assim não se comunicam com as massas, não existe diversidade que reflita a complexidade que é o Brasil. Por outro lado, a violência aumenta e os autores dos atos são cada vez mais jovens. Jovens que deveriam estar nas escolas estudando e aprendendo os feitos científicos da humanidade, praticando um esporte e aprendendo uma arte.
Investir na educação deixando de gastar dinheiro público com o que não produz resultado é investir no longo prazo, é investir em um futuro melhor para toda a nação. Hoje, a justificativa para a realização de shows com dinheiro público é que esses eventos são importantes para os vendedores ambulantes, para os hotéis, para as indústrias de bebidas e para o entretenimento da massa, acostumada ao famoso pão e circo, o que torna difícil introduzir este debate... Não existe relato de que após um show com dinheiro público os índices educacionais melhoraram. “Mas, os vendedores ambulantes não teriam trabalho!” Exclama alguém. Os vendedores ambulantes de hoje eram os alunos que deveriam ter recebido maior atenção no passado. Mas, o desenvolvimento com foco na educação não impediria que vendedores ambulantes continuassem com as suas atividades, pois os eventos esportivos e culturais poderiam aumentar e não diminuir, com a diferença de que o dinheiro público estaria sendo investido no início da cadeia produtiva, na educação dos profissionais que “agora” são remunerados pelo público consumidor dos serviços culturais e esportivos. O incentivo à educação poderia possibilitar ainda a motivação de pessoas interessadas em ingressarem nesta área. Muitos alunos poderiam ser professores ou empresários da educação. São apenas alguns exemplos, sem citar todas as demais áreas, que passariam a contar com profissionais mais qualificados.
Hoje, o mesmo individuo que reclama que não existe leito e médico no hospital é o mesmo que reclama se o prefeito ou o governador decidir não fazer o carnaval ou o show gospel, que agora também está na moda. Por falar em show gospel, volto à questão da abrangência de determinados serviços públicos com o exemplo deste tipo de evento. Como não é possível abranger todos os públicos com o show de um cantor sertanejo ou de uma banda de forró, uma vez que muitas pessoas não gostam destes estilos, muitos estão passando a cobrar shows públicos de acordo com os seus gostos, como shows evangélicos e/ou católico. Ou seja, ao invés do cidadão que reclama de problemas estruturais ou dos problemas na saúde pedir para que o dinheiro público não seja gasto com shows ele pede para que seja feito um show com o cantor da igreja dele. Com isso, o gasto do dinheiro público com esse tipo de evento tende a aumentar ao invés de diminuir. O caos nos demais serviços é visível.
Atente para o fato do texto não abordar outro problema que afeta os serviços públicos brasileiros, a corrupção, algo que demandaria mais alguns parágrafos. Mas, quanto à questão da correta aplicação dos recursos públicos, sempre chamo a atenção para o fato da sociedade não cobrar dos vereadores o cumprimento de suas funções. Este cargo deveria ser o mais importante cargo público brasileiro, uma vez que cabe a essas pessoas fiscalizarem a aplicação dos recursos públicos. Acontece que, como você pode observar em sua cidade, os vereadores são considerados assessores/ subsecretários dos prefeitos. Para que aja uma verdadeira fiscalização do poder executivo, por parte do poder legislativo, seria preciso que os vereadores atuassem com independência, ou seja, não deveria existir vereador de situação e nem de oposição. Leia mais sobre o tema neste link.
Olhando para a questão imediata da educação, um show com dinheiro público seria suficiente para climatizar algumas dezenas de salas de aula ou para ajudar na construção de quadras esportivas e/ou auditórios nas escolas, ou ainda para a construção de prédios mais modernos. Resta saber se os indivíduos estão prontos para este debate. Infelizmente, pelo que observo cotidianamente, é cada vez maior o número de pessoas desmotivadas com a política. Muitos, no sentido oposto, adotaram a prática de vender o voto, pois assim conseguem algo de concreto dos políticos.
Por fim, elenco alguns entendimentos necessários para a percepção dos problemas sociais e políticos que temos no Brasil. 1) Dinheiro público não é inesgotável; 2) É preciso elegervereadores que cumpram com a sua função; 3) Independentemente de haver ou não show com dinheiro público é preciso investimento em esporte e cultura nas escolas; 4) Os jovens precisam entender o processo político e os problemas do sistema que temos; 5) Os jovens devem participar mais da política, inclusive como candidatos; 6) Se você não quer ser governado por políticos corruptos não venda o seu voto e busque fazer com que as eleições sejam menos corruptas; 7) Se o político ganha a eleição comprando votos ele não irá cumprir com todas as suas obrigações e promessas e permanecerá na vida pública por muitos anos, alguns estão há décadas; 8) Político corrupto é eleito por eleitor corrupto.
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