O Sargento Francisco, do Corpo de Bombeiros, disse que a boate já havia sido vistoriada em 2009 e que as deficiências encontradas na época não foram corrigidas. A boate tem problemas na saída de emergência, o corrimão da escada - a boate funciona um andar acima do solo - não é o ideal, os degraus são desiguais e a instalação elétrica não é adequada.
“O prédio foi vistoriado no dia 22 de setembro de 2009 e foi dado um laudo de exigência ao responsável, informando a situação em que se encontrava o prédio... Nada que foi solicitado no laudo de exigência foi cumprido e o corpo de bombeiros veio para interditar o estabelecimento, sendo que o estabelecimento não está em funcionamento, o responsável foi orientado para que cumpra as exigências do referido laudo, se ele não cumprir viremos interditar”, disse o Sargento Francisco.
No Clube Recreativo do município, o corpo de bombeiros encontrou problemas na parte elétrica, no piso e num dos muros, que segundo o sargento, encontra-se “solto, desamarrado”. O clube foi interditado no final do dia. No momento da interdição, houve protesto por parte de familiares dos proprietários da boate e por parte de sócios do clube, que tem como uma de suas principais festas o Reveillon.
A reportagem não teve acesso aos detalhes dos laudos.
Polêmica
A polêmica sobre a boate “Visual Dance” teve inicio com a obra de reforma da principal praça da cidade, a praça do mercado. Os vereadores, Felix Resplandes (PC do B) e Emir Alencar (PSD) vêm denunciando há algumas semanas que a boate, alem de estar em uma praça publica não tem condições de funcionamento por não apresentar segurança aos frequentadores.
Na sessão ordinária do dia 03 de outubro, os vereadores defenderam que a boate passasse por vistorias de órgãos de segurança, como o Corpo de Bombeiros e CREA. Os dois vereadores defendem que o prédio seja demolido.
Na segunda feira, dia 10, o promotor de justiça da comarca de São Raimundo das Mangabeiras, Antonio Lisboa, esteve na câmara e minimizou a polêmica, dizendo que o prédio estava de acordo com as normas. Ele disse que houve uma vistoria em 2005 e que as exigências feitas pelo Corpo de Bombeiros e CREA foram atendidas. O promotor não apresentou dados precisos, pois disse que não localizou o processo do caso, que está arquivado. O promotor apresentou também, cópia de uma concessão de uso concedida pela prefeitura, datada de 2007.
“Se há, hoje, outras necessidades, que seja feita outra inspeção, não custa nada. Passou o tempo, a estrutura, não sei se foi danificada durante esse período, período de 2005 pra cá, durante 6 anos se houve algum dano na estrutura. Mas se há alguma duvida tem que ser verificado” disse o promotor, durante a sessão.
Para o promotor, a questão da demolição do prédio é com a prefeitura, mas que os proprietários devem ser indenizados.
“A administração municipal pode rever isso ai [a concessão] e se entender por bem, pode, eventualmente tirar o prédio, mas que tem que ser indenizado, por que houve um investimento ali”.
Ainda durante a sessão, os vereadores disseram que a câmara não autorizou nenhuma concessão de uso do prédio e que o documento apresentado pelo promotor é inconstitucional.
O que diz a Prefeitura
A prefeitura do município vai esperar os laudos dos órgãos competentes, Corpo de Bombeiros e CREA – que deve fazer inspeção nos próximos dias – para decidir se o prédio onde funcionava a boate será demolido ou não.
Boate funcionava em praça pública. Polêmica teve inicio com a reforma da praça. |